Entrevista a Arlindo Matos
1- Terminou agora uma relação de 3 anos e meio com a Académica...O que sentes neste momento?
O meu primeiro sentimento é, sem dúvida, o de missão cumprida e uma satisfação enorme de ter tido a oportunidade de trabalhar num clube com a dimensão da Académica e, sobretudo, com pessoas fantásticas…. Sim, porque, por maior ou menor que sejam as instituições, são as pessoas que fazem com que elas sejam aquilo que são hoje e que possam vir a ser no futuro.
2- Que balanço fazes?
Em termos individuais e colectivos, porque ambos estão intimamente interligados, faço um balanço extremamente positivo destas três épocas ao serviço da AAC.
3 - Algum jogo/jogos que recordes com especial emoção?
Foram tantos, mas efectivamente, houve alguns que me marcaram mais do que outros. Recordo na época 2002/2003, o jogo com o Campanhã em casa, com um empate a duas bolas nos últimos instantes da partida e que ditou a nossa descida à 3.ª divisão, deixando uma certa amargura, mas ao mesmo tempo, um sentimento de esperança e de grande confiança para a época que se avizinhava. Na mesma época, os 2 jogos com o Boavista, na semifinal da Taça Nacional de Juniores B (Juvenis), em que logramos atingir a final com o Sporting Clube de Portugal.
Na época 2003/2004, o regresso à 2.ª Divisão, depois de ter havido alterações aos regulamentos a meio da época, mas onde soubemos levar os nossos objectivos a bom porto e culminou com o jogo contra o Vitória de Setúbal, em que o mesmo resultado que nos tinha afastado na época transacta, nos fez ascender ao 2.º escalão. Ao longo desta época, um dos jogos que me terá dado maior orgulho (que resposta da nossa equipa!!!), foi a vitória sobre o Novasemente, por 9-3, depois de uma reviravolta na segunda parte, quando fomos para o intervalo a perder 3-0. Tenho a registar a grande época dos juniores, com a conquista do campeonato, e a presença nas meias-finais da Taça Nacional de Juniores. Ainda, uma referência pela conquista da taça de encerramento com a equipa de infantis (que grandes jogos e que pequenos grandes jogadores: formidáveis…)
Na época 2004-2005,a derrota no campo da Junqueira, que na penúltima jornada arrasou com o sonho da subida à 1ª Divisão… que grande época. Ainda a reedição da época anterior, com a equipa de juniores, em que o 2.º jogo da semifinal da Taça Nacional, revelou-se marcante para todos, em que tivemos o bilhete para a final e a 1 minuto e 18 segundos, tudo se inverteu.
Nesta época que findou, a vitória em casa do Estrela da Amadora por 2-1, em que asseguramos a manutenção da equipa na 2ª Divisão, contra uma equipa muito bem organizada, e que abrilhantou o resultado que obtivemos.
4- Melhor Momento?
A passagem às semifinais da Taça Nacional de Juniores B (Juvenis) e a subida à 2ª Divisão da equipa sénior masculina.
5- Pior Momento?
O jogo com a Junqueira, que nos arredou da luta pela subida à 1ª divisão e a derrota com o Instituto D. Joaõ V, a 1m 18s do final, e que nos afastou da final da Taça Nacional de Juniores A (Juniores)
6- Achaste que esta era definitivamente o momento certo para te assumires como treinador principal de uma equipa sénior?
Sim
7- Quais são os teus objectivos como treinador de futsal?
Haverá alguns com certeza, mas penso que o principal objectivo que qualquer treinador procura atingir é o sucesso. Embora, ache importante, e já o referi nalgumas conversas pessoais, que também deve ser um dos objectivos dos treinadores preocuparem-se em contribuir com o seu trabalho, para o desenvolvimento do futsal da nossa região.
8- Como te caracterizas enquanto treinador?
Competitivo.
9- Virtudes e defeitos?
Optimista e talvez impulsivo
10 - Estiveste muito perto de chegar à final do campeonato nacional com os juniores...A meia final perdida daquela maneira deve ter sido difícil de superar...
A derrota nunca é agradável, principalmente para quem a vitória é o principal objectivo, mas, sim, esta foi daquelas derrotas que nos marcam, mais pelo impacto que provoca no grupo em geral e nos jogadores em particular…. Mas por norma tenho por princípio retirar o que de positivo possa existir de uma derrota, seja ela qual for, porque são elas que nos fazem mais fortes e nos obrigam a reflectir constantemente sobre o trabalho que efectuamos todos os dias com os jogadores. Sou da opinião que, por vezes, e por mais incoerente que possa parecer, uma derrota pode tornar-se importante, embora, com certeza como qualquer treinador, não goste de perder…
11- Foste treinador principal dos juniores e adjunto dos seniores...Foi um período muito desgastante...
Costuma-se dizer que, só quem passa por elas é que sabe. Foi uma tarefa desgastante e, de certa forma, uma situação que não pode, nem deve acontecer, mas que a bem do projecto, foi necessária… penso que uma época em que trabalhei de Domingo a Domingo, só foi compensada pela relação que se estabelece com quem trabalha connosco e também se sacrifica em prol de uma missão, e por se atingirem os objectivos propostos no início da época. Só queria ainda referir que nesse ano, ainda acumulei a equipa de infantis, que me deu um grande prazer por poder orientar um grupo fantástico. Mas nada disso teria sido possível sem uma retaguarda muito forte, a minha família e amigos.
12 - De todos os clubes por onde passaste qual o que te marcou mais? Porque?
Todos foram importantes, mais tenho que destacar a Académica, por este ter sido aquele em que estive mais tempo e onde se conseguiu, com o esforço de muita gente, momentos de grande alegria e sucesso.
13 - Sabes que deixaste na Académica muitos amigos...
Esse é o maior prémio que se pode conquistar…
14 - Depois de tantos anos de ligação ao Prof. Francisco Batista como vai ser trabalhar sem ele?
É obvio que é estranho, principalmente quando esta ligação ultrapassa o plano profissional e passa também para o plano pessoal. Foram muitos e bons anos de cumplicidade, lealdade e respeito mútuo, que consolidou uma amizade forte…. Acredito que o Prof. está satisfeito por eu ter tomado esta decisão e dar um novo rumo à minha carreira de treinador…… senti que estava na hora do aluno pôr em prática, noutro patamar, o que aprendeu com o Professor, e posso dizer que aprendi com um dos melhores…. Obrigado Chico….
15 - E agora começa a aventura no S. João...Quais os objectivos para a próxima época?
Os objectivos devem ser sempre ambiciosos, mas com os pés bem assentes na terra. Para mim o principal objectivo passa por conseguir reunir um bom grupo de jogadores, fazer deste grupo uma grande equipa, e prepará-la para poder discutir o resultado, qualquer que seja o adversário. Se conseguir isso, fico satisfeito.
16 - Achas que a pressão vai ser maior por vires de um clube como a Académica?
Penso que não. O trabalho realizado e a imagem construída é o nosso cartão de visita se for de qualidade, com certeza sobrepõe-se à pressão, más todos sabemos que há variáveis que não conseguimos controlar e que podem fazer com que a pressão aumente…… neste meio, e não só, é assim. Nunca podemos é deixar de acreditar naquilo que somos e queremos.
17 - Como começaste a tua carreira de treinador de futsal?
Fui atleta muitos anos, num desporto individual, e sempre tive a ideia de treinar um desporto colectivo, sem ter preferência por uma modalidade em particular. Mas quando contactei pela primeira vez com o futsal, foi até numa perspectiva de manter a forma, tinha acabado a minha carreira com desportista e percebi que poderia ser uma boa oportunidade de iniciar uma carreira como treinador numa modalidade que estava em franca expansão. Isso já foi em 1998, no pavilhão de Condeixa e naquela altura treinava lá a equipa do Condeixa, orientada pelo Francisco…. e foi aí que tudo começou.
Como nunca é demais agradecer, queria aproveitar esta oportunidade para mandar um forte abraço a todos com quem tive o privilégio de trabalhar, e que hoje me honram com as suas amizades.... Um grande abraço para ti Luigi, que tenhas sempre o faro para o golo..... Arlindo Matos".
O meu primeiro sentimento é, sem dúvida, o de missão cumprida e uma satisfação enorme de ter tido a oportunidade de trabalhar num clube com a dimensão da Académica e, sobretudo, com pessoas fantásticas…. Sim, porque, por maior ou menor que sejam as instituições, são as pessoas que fazem com que elas sejam aquilo que são hoje e que possam vir a ser no futuro.
2- Que balanço fazes?
Em termos individuais e colectivos, porque ambos estão intimamente interligados, faço um balanço extremamente positivo destas três épocas ao serviço da AAC.
3 - Algum jogo/jogos que recordes com especial emoção?
Foram tantos, mas efectivamente, houve alguns que me marcaram mais do que outros. Recordo na época 2002/2003, o jogo com o Campanhã em casa, com um empate a duas bolas nos últimos instantes da partida e que ditou a nossa descida à 3.ª divisão, deixando uma certa amargura, mas ao mesmo tempo, um sentimento de esperança e de grande confiança para a época que se avizinhava. Na mesma época, os 2 jogos com o Boavista, na semifinal da Taça Nacional de Juniores B (Juvenis), em que logramos atingir a final com o Sporting Clube de Portugal.
Na época 2003/2004, o regresso à 2.ª Divisão, depois de ter havido alterações aos regulamentos a meio da época, mas onde soubemos levar os nossos objectivos a bom porto e culminou com o jogo contra o Vitória de Setúbal, em que o mesmo resultado que nos tinha afastado na época transacta, nos fez ascender ao 2.º escalão. Ao longo desta época, um dos jogos que me terá dado maior orgulho (que resposta da nossa equipa!!!), foi a vitória sobre o Novasemente, por 9-3, depois de uma reviravolta na segunda parte, quando fomos para o intervalo a perder 3-0. Tenho a registar a grande época dos juniores, com a conquista do campeonato, e a presença nas meias-finais da Taça Nacional de Juniores. Ainda, uma referência pela conquista da taça de encerramento com a equipa de infantis (que grandes jogos e que pequenos grandes jogadores: formidáveis…)
Na época 2004-2005,a derrota no campo da Junqueira, que na penúltima jornada arrasou com o sonho da subida à 1ª Divisão… que grande época. Ainda a reedição da época anterior, com a equipa de juniores, em que o 2.º jogo da semifinal da Taça Nacional, revelou-se marcante para todos, em que tivemos o bilhete para a final e a 1 minuto e 18 segundos, tudo se inverteu.
Nesta época que findou, a vitória em casa do Estrela da Amadora por 2-1, em que asseguramos a manutenção da equipa na 2ª Divisão, contra uma equipa muito bem organizada, e que abrilhantou o resultado que obtivemos.
4- Melhor Momento?
A passagem às semifinais da Taça Nacional de Juniores B (Juvenis) e a subida à 2ª Divisão da equipa sénior masculina.
5- Pior Momento?
O jogo com a Junqueira, que nos arredou da luta pela subida à 1ª divisão e a derrota com o Instituto D. Joaõ V, a 1m 18s do final, e que nos afastou da final da Taça Nacional de Juniores A (Juniores)
6- Achaste que esta era definitivamente o momento certo para te assumires como treinador principal de uma equipa sénior?
Sim
7- Quais são os teus objectivos como treinador de futsal?
Haverá alguns com certeza, mas penso que o principal objectivo que qualquer treinador procura atingir é o sucesso. Embora, ache importante, e já o referi nalgumas conversas pessoais, que também deve ser um dos objectivos dos treinadores preocuparem-se em contribuir com o seu trabalho, para o desenvolvimento do futsal da nossa região.
8- Como te caracterizas enquanto treinador?
Competitivo.
9- Virtudes e defeitos?
Optimista e talvez impulsivo
10 - Estiveste muito perto de chegar à final do campeonato nacional com os juniores...A meia final perdida daquela maneira deve ter sido difícil de superar...
A derrota nunca é agradável, principalmente para quem a vitória é o principal objectivo, mas, sim, esta foi daquelas derrotas que nos marcam, mais pelo impacto que provoca no grupo em geral e nos jogadores em particular…. Mas por norma tenho por princípio retirar o que de positivo possa existir de uma derrota, seja ela qual for, porque são elas que nos fazem mais fortes e nos obrigam a reflectir constantemente sobre o trabalho que efectuamos todos os dias com os jogadores. Sou da opinião que, por vezes, e por mais incoerente que possa parecer, uma derrota pode tornar-se importante, embora, com certeza como qualquer treinador, não goste de perder…
11- Foste treinador principal dos juniores e adjunto dos seniores...Foi um período muito desgastante...
Costuma-se dizer que, só quem passa por elas é que sabe. Foi uma tarefa desgastante e, de certa forma, uma situação que não pode, nem deve acontecer, mas que a bem do projecto, foi necessária… penso que uma época em que trabalhei de Domingo a Domingo, só foi compensada pela relação que se estabelece com quem trabalha connosco e também se sacrifica em prol de uma missão, e por se atingirem os objectivos propostos no início da época. Só queria ainda referir que nesse ano, ainda acumulei a equipa de infantis, que me deu um grande prazer por poder orientar um grupo fantástico. Mas nada disso teria sido possível sem uma retaguarda muito forte, a minha família e amigos.
12 - De todos os clubes por onde passaste qual o que te marcou mais? Porque?
Todos foram importantes, mais tenho que destacar a Académica, por este ter sido aquele em que estive mais tempo e onde se conseguiu, com o esforço de muita gente, momentos de grande alegria e sucesso.
13 - Sabes que deixaste na Académica muitos amigos...
Esse é o maior prémio que se pode conquistar…
14 - Depois de tantos anos de ligação ao Prof. Francisco Batista como vai ser trabalhar sem ele?
É obvio que é estranho, principalmente quando esta ligação ultrapassa o plano profissional e passa também para o plano pessoal. Foram muitos e bons anos de cumplicidade, lealdade e respeito mútuo, que consolidou uma amizade forte…. Acredito que o Prof. está satisfeito por eu ter tomado esta decisão e dar um novo rumo à minha carreira de treinador…… senti que estava na hora do aluno pôr em prática, noutro patamar, o que aprendeu com o Professor, e posso dizer que aprendi com um dos melhores…. Obrigado Chico….
15 - E agora começa a aventura no S. João...Quais os objectivos para a próxima época?
Os objectivos devem ser sempre ambiciosos, mas com os pés bem assentes na terra. Para mim o principal objectivo passa por conseguir reunir um bom grupo de jogadores, fazer deste grupo uma grande equipa, e prepará-la para poder discutir o resultado, qualquer que seja o adversário. Se conseguir isso, fico satisfeito.
16 - Achas que a pressão vai ser maior por vires de um clube como a Académica?
Penso que não. O trabalho realizado e a imagem construída é o nosso cartão de visita se for de qualidade, com certeza sobrepõe-se à pressão, más todos sabemos que há variáveis que não conseguimos controlar e que podem fazer com que a pressão aumente…… neste meio, e não só, é assim. Nunca podemos é deixar de acreditar naquilo que somos e queremos.
17 - Como começaste a tua carreira de treinador de futsal?
Fui atleta muitos anos, num desporto individual, e sempre tive a ideia de treinar um desporto colectivo, sem ter preferência por uma modalidade em particular. Mas quando contactei pela primeira vez com o futsal, foi até numa perspectiva de manter a forma, tinha acabado a minha carreira com desportista e percebi que poderia ser uma boa oportunidade de iniciar uma carreira como treinador numa modalidade que estava em franca expansão. Isso já foi em 1998, no pavilhão de Condeixa e naquela altura treinava lá a equipa do Condeixa, orientada pelo Francisco…. e foi aí que tudo começou.
Como nunca é demais agradecer, queria aproveitar esta oportunidade para mandar um forte abraço a todos com quem tive o privilégio de trabalhar, e que hoje me honram com as suas amizades.... Um grande abraço para ti Luigi, que tenhas sempre o faro para o golo..... Arlindo Matos".
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